Mindelact 2006 - Off de Sto Antão, S. Vicente e Santiago
Ainda na qualidade de Off’s, saliento estas três peças pela sua singularidade. A primeira, À Deriva, apresentada pelo grupo de Sto. Antão, trouxe para o espaço do Off a experiência realizada por duas actrizes italianas com jovens da ilha, tendo por base a técnica de clown. Bastante interessante esta proposta, com momentos dignamente teatrais, onde vemos expressões, silêncios, movimentos que fazem parte dum qualquer universo de «faz-de-conta» criado por este colectivo. São jovens os actores, inexperientes até, mas deram-nos uma entrega á cena, digna de ser aplaudida. E no pátio a plateia andou á deriva com estes jovens. Bravo!!!
Outro espectáculo que quero salientar aqui é o Mangatchada, exercício final do XII Curso de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, e que foi a peça que melhor correspondeu ao que se espera dum Off. Uma peça curta, mas bem limada. Com uma encenação bastante interessante, sonoplastia e figurinos muito criativos esta peça e demonstrou um nível de qualidade que foi excepção nos Offs. Ao nível da interpretação, sentiu-se alguma fragilidade, as actrizes apesar de apresentarem um trabalho refinado de movimento de cena, não tiveram a entrega que se esperava e ficou tudo muito marcado.
O terceiro espectáculo que faz parte deste rol por mim seleccionado é a peça Maria Badia, do Grupo Finka Pé da cidade da Praia – Santiago. Esta peça já tinha sido apresentada na Praia aquando do Março- Mês de teatro, mas foi uma surpresa a sua apresentação no Mindelact. A peça que não mais se resume do que à apresentação dum personagem, uma mulher oriunda de Santiago e suas caracteísticas peculiares de mulher badia, teve uma recepção bastante positiva nas gentes do barlavento. Apontarei como possíveis razões, o facto do espaço de apresentação, o pátio, que tornou a cena mais intima e permitiu uma melhor interacção com o público. E realmente o pátio preencheu-se de uma energia muito boa, que deu um crescimento fantástico à performance.
Três espectáculos bem distintos, mas que cada um á sua maneira de revelaram muito gratificantes para o festival.
4 Comments:
Continue com as boas críticas. É isso mesmo que precisamos em CV. Abraços
obrigada Silvino.
Um competente olhar sobre a arte do teatro. Já agora, aproveito para te sugerir umas pequenas notas sobre os vários grupos teatrais que existem por esse Cabo Verde fora... alguns desapareceram, outros queixam-se da falta de incentivos, cada um vive um drama diferente. Faz parte da tua pesquisa?
Gostei do teu blog Micaela. O teatro em Cabo Verde merece atenção.
Já agora dá uma espreitadela ao nha terra nha cretcheu que vamos dedicar à cultura, nomeadamente às artes de palco
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