terça-feira, outubro 03, 2006

Mindelact 2006 - Mulheres na Lajinha






O espectáculo Mulheres na Lajinha do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo (GTCCPM) a partir do livro «Mar da Lajinha» de Germano de Almeida, agradou mas não surpreendeu. Na memória do público ainda estava o surpreendente «Auto da Compadecida» do ano anterior, e como o espectador exige sempre mais, a produção deste ano ficou um pouco aquém das espectativas. Mas se a espectativa malogrou, a sua efemeridade foi ganha, pois o público se divertiu, passou um serão agradável.
Quatro mulheres encontram-se na praia da Lajinha e aí desenrolam um novelo de conversas passando por saudades, sexo, adulterio, sofrimento, etc., temas banais, que tanto podiam ser na lajinha como noutra parte do mundo.
O espectáculo foi eficaz ao nível de leveza e divertimento, levando á certa identificação do espectador com aquelas mulheres. Mas foi no entanto, composto de risos fáceis, caindo muitas vezes em clichets esgotados e denotando até alguma fragilidade tanto a nível de encenação como de texto dramático. Mas não era de todo uma dramaturgia complexa, mas sim um deambular de pensamentos e riolas que facilmente encontraremos nos espaços do feminino.
Ludmilla, Zenaida, Bety e Sílvia, mais uma vez corresponderam ao esperado com uma energia cantagiante e digna de muitos aplausos. E se dramaturgicamente a peça não seria tão interessante, ao nível da interpretação foi bastante exigente e consequente. Com a sua marcante expressividade e entrega, estas mulheres, seiva do espectáculo, conquistaram-nos e levaram-nos com elas nas suas aventuras.
Ao nível da cenografia, sem grande complexidade, os elementos apresentados estavam perfeitamente resolvidos, sem no entanto nos seduzir. A luz acompanhou o bom ritmo da acção e claramente se encontra bem resolvida todas as questões cénicas, e em momentos pontuais deparamo-nos com francas belezas imagéticas.
A certo momento sente-se que nada de novo nos traz este espectáculo, sem que no entanto isso o prejudique. A plateia gostou de leveza e de poder rir com estas mulheres durante esse tempo ritualista do teatro.
João Branco, com um considerável manancial de encenações, cria de certo modo um horizonte de espectativa, o que é bastante interessante, mas devido a isto mesmo, sentiu-se este espectáculo mais como um “entre-acto” do que propriamente uma produçao “de peso”.
Não surpreendeu, mas convenceu.

4 Comments:

At 12:49 da tarde, Blogger jad said...

A equipa SAPO.CV (www.sapo.cv) deseja contacta-lo, por favor, deixe o seu e-mail.

 
At 7:01 da tarde, Blogger micaelabarbosa said...

micaelabarbosa@gmail.com

 
At 6:35 da tarde, Blogger Unknown said...

Que críticas desagradáveis!!!
Este final então!Muito grosseiro.

 
At 4:31 da tarde, Blogger micaelabarbosa said...

Este espaço serve em primeiro lugar para comunicar...para cruzar reflexões e opiniões.
Creusa aprofunde o seu comentário...porque desagradáveis as criticas? Pelo tom ou pelo conteúdo? Viu o espectáculo?

 

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